Ao se aproximar a festa da Páscoa, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém, sabendo que sua hora estava chegando — a hora pela qual havia vindo ao mundo (Lucas 9:51; João 12:23-27). Esta última semana de Jesus na Terra foi um período de intensos acontecimentos que culminaram no cumprimento das profecias messiânicas e no maior ato de amor da história.
No Domingo, Jesus enviou dois discípulos a Betfagé e Betânia para encontrar um jumentinho, sobre o qual Ele cavalgaria para a cidade (Lucas 19:29-31; Mateus 21:2-3; Marcos 11:2-3). Ao entrar em Jerusalém, uma grande multidão o recebeu com alegria, estendendo suas vestes pelo caminho e agitando ramos, clamando:
— “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mateus 21:8-9; Marcos 11:9-10; Lucas 19:36-38; João 12:13)
Jesus, porém, chorou sobre Jerusalém, profetizando sua futura destruição por não reconhecer o tempo de sua visitação (Lucas 19:41-44).
Na manhã de Segunda-feira, Jesus amaldiçoou uma figueira sem frutos, simbolizando a religiosidade vazia (Marcos 11:12-14). Ao chegar ao templo, Ele encontrou cambistas e comerciantes, e com santa indignação, expulsou todos, derrubando suas mesas e dizendo:
— “Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes convertido em covil de ladrões” (Mateus 21:12-13; Marcos 11:15-17; Lucas 19:45-46).
A Terça-feira foi marcada por intensos ensinos e confrontos. Os discípulos notaram que a figueira amaldiçoada havia secado, e Jesus ensinou sobre o poder da fé e da oração. No templo, sua autoridade foi questionada, e Ele respondeu com parábolas impactantes (Mateus 21:23 – 25:46; Marcos 11:27 – 13:37; Lucas 20:1 – 21:36). Jesus também proferiu o Sermão do Monte das Oliveiras, profetizando a destruição do templo e os sinais do fim dos tempos (Mateus 24; Marcos 13; Lucas 21).
A Quarta-feira é notável pelo silêncio de Jesus, que provavelmente permaneceu em Betânia. Enquanto isso, os líderes religiosos conspiravam para prendê-lo e matá-lo (Mateus 26:3-5). Foi neste dia que Judas Iscariotes procurou os sacerdotes e se ofereceu para entregar Jesus por trinta moedas de prata, selando sua terrível traição (Mateus 26:14-16).
Na Quinta-feira, Jesus reuniu-se com seus discípulos em um cenáculo para celebrar a Páscoa (Mateus 26:17-20; Marcos 14:12-17; Lucas 22:7-14). Durante a Última Ceia, Ele lavou os pés de seus discípulos, ensinando humildade e serviço (João 13:4-17). Jesus instituiu a Ceia do Senhor, tomando o pão e o cálice e dizendo:
— “Isto é o meu corpo... Este cálice é o novo testamento no meu sangue” (Lucas 22:19-20; Mateus 26:26-28; Marcos 14:22-24)
Ele também revelou a traição de Judas e a negação de Pedro (Mateus 26:21-22; João 13:21-22). Após a ceia, Jesus foi ao Jardim do Getsêmani, onde orou em profunda angústia, suando gotas de sangue (Mateus 26:36-39; Marcos 14:32-36; Lucas 22:39-42). Ali, Judas chegou com uma multidão e traiu Jesus com um beijo, levando à sua prisão (Mateus 26:47-50; Marcos 14:43-45; Lucas 22:47-48; João 18:3-5).
Na madrugada de Sexta-feira, Jesus enfrentou julgamentos injustos perante Anás, Caifás, o Sinédrio, e posteriormente Pilatos e Herodes. Enquanto isso, Pedro, que seguia de longe, negou Jesus três vezes, como predito, e chorou amargamente (Mateus 26:69-75; Lucas 22:54-62). Apesar de Pilatos não encontrar culpa, a multidão incitada clamou:
— “Seja crucificado!” (Mateus 27:22-23; Lucas 23:21).
Jesus foi açoitado, coroado de espinhos e obrigado a carregar sua cruz até o Gólgota (Mateus 27:27-32; João 19:1-3). Lá, foi crucificado entre dois ladrões. Na cruz, Jesus intercedeu:
— “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34)
Por volta da hora sexta (meio-dia), houve trevas sobre toda a terra. Cerca da hora nona (três da tarde), Jesus bradou:
— “Eli, Eli, lamá sabactâni?” (Mateus 27:46)
Finalmente, clamou:
— “Está consumado!” e “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”, e expirou (João 19:30; Lucas 23:46)
Naquele momento, o véu do templo se rasgou, a terra tremeu e muitos sepulcros se abriram (Mateus 27:51-54).
No Sábado, o corpo de Jesus repousou no sepulcro novo de José de Arimateia, selado com uma grande pedra e vigiado por soldados romanos (Mateus 27:57-66; João 19:38-42). Os discípulos estavam desolados, e o dia foi de tristeza e aparente silêncio.
Cronologia da última semana da vida de Jesus