A vida de Jesus Cristo na terra culminou em sua gloriosa Ressurreição e subsequente Ascensão aos céus. No entanto, a narrativa bíblica não termina aí. Desde o momento de sua partida, uma promessa fundamental ressoa através dos séculos: a sua segunda vinda. Esta é a grande esperança que sustenta a fé dos crentes, a certeza de que a história não findará em desespero, mas no triunfo final do Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Após a Ascensão de Jesus, enquanto os discípulos permaneciam olhando fixamente para o céu no Monte das Oliveiras, dois anjos vestidos de branco apareceram ao lado deles. Os anjos disseram:
— “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Este Jesus, que dentre vós foi recebido no céu, assim virá do modo como o vistes subir, ao céu.” (Atos dos Apóstolos 1:11)
Esta promessa clara e direta, vinda de mensageiros celestiais, solidificou a expectativa de que Jesus retornaria, não como um espírito ou uma lembrança, mas em carne e osso, da mesma maneira visível e gloriosa em que partiu.
O próprio Jesus, antes de sua crucificação e partida, já havia confortado seus discípulos com a certeza de seu retorno. Em um de seus discursos de despedida, prometeu:
— “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:1-3)
Esta promessa pessoal e amorosa de Jesus é o alicerce da esperança para todos os que o seguem, garantindo que a separação é temporária e que o propósito final é a união eterna com ele.
Os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) registram discursos de Jesus que detalham os sinais que precederão sua volta. Ao responder perguntas dos discípulos sobre o fim dos tempos, Jesus descreveu eventos que incluiriam guerras, rumores de guerras, fomes, terremotos e perseguições aos seus seguidores. Contudo, ele enfatizou que esses seriam apenas o "princípio das dores", e que o evangelho seria pregado em todo o mundo antes do fim (Mateus 24:3-14; Marcos 13:3-13; Lucas 21:7-19).
Jesus também advertiu sobre falsos cristos e falsos profetas que surgiriam, realizando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, até os escolhidos (Mateus 24:23-26). Ele comparou sua vinda ao relâmpago que sai do oriente e se mostra no ocidente, enfatizando a visibilidade e a inegável natureza de seu retorno (Mateus 24:27).
Apesar de descrever os sinais, Jesus deixou claro que a data exata de seu retorno é um mistério divino:
— “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai.” (Mateus 24:36; Marcos 13:32)
Ele, portanto, exortou seus seguidores à vigilância constante e à prontidão, comparando-os a servos que esperam o retorno de seu senhor ou a virgens que esperam o noivo, enfatizando a importância de estarem preparados para quando ele vier (Mateus 24:42-44; Mateus 25:1-13).
As profecias bíblicas, especialmente no livro do Apocalipse, pintam um quadro vívido do retorno glorioso de Jesus. Ele não virá mais como o Servo sofredor, mas como o Rei vitorioso. O apóstolo João, em sua visão, descreve:
— “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chamava-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitas coroas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é A Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.” (Apocalipse 19:11-16).
Neste retorno, Jesus julgará as nações, derrotará seus inimigos e estabelecerá seu Reino eterno de justiça e paz (Apocalipse 20:1-6; Apocalipse 21:1-8). Será o fim da iniquidade e o começo de uma nova era, onde Deus habitará com seu povo.
A promessa do retorno de Jesus Cristo não é apenas uma doutrina, mas a grande esperança da Igreja. Ela motiva os crentes a viverem em santidade, sabendo que a imperfeição será um dia erradicada. Inspira-os a cumprir a Grande Comissão, levando o evangelho a todas as nações, pois a vinda do Senhor está atrelada à conclusão dessa tarefa (Mateus 24:14; Mateus 28:19-20). A expectativa de seu retorno traz conforto em meio às tribulações, alegria em meio à dor e um propósito eterno para a vida presente.