Ao se aproximar a festa da Páscoa, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém, sabendo que sua hora estava chegando — a hora pela qual havia vindo ao mundo (Lucas 9:51; João 12:23-27). Ao se aproximarem de Betfagé e Betânia, no monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos com uma instrução específica:
— “Ide à aldeia que está diante de vós e, logo que nela entrardes, encontrareis preso um jumentinho, em que nunca montou homem algum. Desprendei-o e trazei-o. E, se alguém vos perguntar por que o soltais, direis: O Senhor precisa dele” (Lucas 19:29-31; Mateus 21:2-3; Marcos 11:2-3).
Eles fizeram como Jesus ordenou. Trouxeram o jumentinho, puseram sobre ele suas capas, e Jesus montou. À medida que avançava, uma grande multidão estendia suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam diante dele. Todos, jubilosos, clamavam:
— “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mateus 21:8-9; Marcos 11:9-10; Lucas 19:36-38; João 12:13).
Alguns fariseus, vendo isso, disseram:
— “Mestre, repreende os teus discípulos!”
Mas Jesus respondeu:
— “Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 19:39-40).
Ao ver a cidade de Jerusalém diante de si, Jesus chorou sobre ela, dizendo: — “Ah, se tu conhecesses, ao menos neste teu dia, o que é devido à tua paz! Mas agora está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras... e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo da tua visitação” (Lucas 19:41-44).
Entrando no templo, Jesus viu que ele estava tomado por cambistas e comerciantes. Com santa indignação, expulsou todos, derrubando as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, dizendo:
— “Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes convertido em covil de ladrões” (Mateus 21:12-13; Marcos 11:15-17; Lucas 19:45-46).
Nos dias que se seguiram, Jesus ensinava no templo, curava enfermos e respondia aos desafios dos líderes religiosos, que procuravam motivo para acusá-lo, mas nada encontravam, pois todo o povo o ouvia com grande atenção (Lucas 19:47-48; Marcos 11:18).
Na véspera da Páscoa, Jesus reuniu-se com seus discípulos em um cenáculo, em Jerusalém, para celebrar a última ceia (Mateus 26:17-20; Marcos 14:12-17; Lucas 22:7-14). Durante a refeição, ele tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo:
— “Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.”
E, tomando o cálice, disse:
— “Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que por vós é derramado” (Lucas 22:19-20; Mateus 26:26-28; Marcos 14:22-24).
Foi ali que Jesus revelou:
— “Em verdade vos digo que um de vós me trairá.”
Os discípulos ficaram profundamente entristecidos e começaram a perguntar, um após o outro:
— “Porventura, sou eu, Senhor?” (Mateus 26:21-22; Marcos 14:18-19; Lucas 22:21-23; João 13:21-22)
Judas Iscariotes, que já havia se acertado com os principais sacerdotes para entregar Jesus por trinta moedas de prata (Mateus 26:14-16), também perguntou:
— “Porventura, sou eu, Mestre?”
E Jesus lhe respondeu:
— “Tu o disseste” (Mateus 26:25; João 13:26-27).
Após a ceia, Jesus levantou-se, cingiu-se com uma toalha e lavou os pés dos discípulos, ensinando-lhes que, assim como ele serviu, também eles deveriam servir uns aos outros (João 13:4-17).
Depois, seguiram para o monte das Oliveiras. No caminho, Jesus alertou:
— “Todos vós esta noite vos escandalizareis por minha causa...”
Mas Pedro afirmou:
— “Ainda que todos se escandalizem, eu nunca me escandalizarei!”
Jesus respondeu-lhe:
— “Em verdade te digo que, nesta noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás” (Mateus 26:31-35; Marcos 14:27-31; Lucas 22:31-34; João 13:36-38).
Chegando ao jardim chamado Getsêmani, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e começou a entristecer-se profundamente. Disse-lhes:
— “A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.”
E, adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra, orando:
— “Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:36-39; Marcos 14:32-36; Lucas 22:39-42).
Seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam em terra (Lucas 22:44).
Levantando-se da oração, encontrou os discípulos dormindo e disse:
— “Ainda dormis e repousais? Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores” (Mateus 26:45; Marcos 14:41).
Logo chegou Judas, acompanhado de uma multidão com espadas e porretes, enviada pelos principais sacerdotes. Judas aproximou-se e, como sinal combinado, beijou Jesus, dizendo:
— “Salve, Mestre!”
E Jesus lhe respondeu:
— “Amigo, a que vieste?” (Mateus 26:47-50; Marcos 14:43-45; Lucas 22:47-48; João 18:3-5).
Os guardas prenderam Jesus. Pedro, em um impulso, desembainhou sua espada e cortou a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote. Mas Jesus o repreendeu e, tocando a orelha do homem, curou-o (Lucas 22:50-51; João 18:10-11).
Levado primeiro à casa de Anás e depois a Caifás, o sumo sacerdote, Jesus enfrentou um julgamento religioso cheio de falsas testemunhas. Quando lhe perguntaram diretamente: — “És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?” Jesus respondeu: — “Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos 14:61-62; Mateus 26:63-64). Diante disso, rasgaram suas vestes e o condenaram por blasfêmia.
Enquanto isso, Pedro, que seguia de longe, foi reconhecido como um dos discípulos e, temendo, negou Jesus três vezes. Logo em seguida, o galo cantou, e Pedro, lembrando-se das palavras do Mestre, saiu e chorou amargamente (Mateus 26:69-75; Marcos 14:66-72; Lucas 22:54-62; João 18:15-27).
Pela manhã, Jesus foi levado ao governador romano, Pôncio Pilatos. Acusaram-no de se autodeclarar rei e de incitar o povo contra César. Pilatos, percebendo que Jesus não tinha culpa, tentou soltá-lo, mas, pressionado pela multidão incitada pelos líderes religiosos, ofereceu-lhes a escolha entre Jesus e Barrabás, um criminoso. A multidão gritou: — “Solta-nos Barrabás!” E, sobre Jesus, clamavam: — “Seja crucificado!” (Mateus 27:15-23; Marcos 15:6-14; Lucas 23:13-23; João 18:38-40; 19:5-15).
Pilatos, lavando as mãos, declarou-se inocente do sangue daquele justo, e entregou Jesus para ser crucificado (Mateus 27:24-26).
Jesus foi açoitado cruelmente. Os soldados colocaram-lhe uma coroa de espinhos, um manto púrpura e zombaram dele, dizendo: — “Salve, rei dos judeus!” (Mateus 27:27-31; Marcos 15:16-20; João 19:1-3).
Carregando sua cruz, Jesus foi levado até o lugar chamado Gólgota. Como estava exausto, obrigaram Simão Cireneu a ajudá-lo a levar a cruz (Mateus 27:32; Marcos 15:21; Lucas 23:26).
No Gólgota, crucificaram-no entre dois ladrões. Sobre sua cabeça, colocaram uma inscrição: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus” (João 19:19). Enquanto agonizava, Jesus intercedia: — “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Aos pés da cruz, soldados repartiam suas vestes e lançavam sortes. Passantes, principais dos sacerdotes e até um dos ladrões zombavam dele, dizendo: — “Salvou os outros e a si mesmo não pode salvar!” Mas o outro ladrão, arrependido, disse: — “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” Jesus lhe respondeu: — “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:39-43).
Por volta da hora sexta (meio-dia), houve trevas sobre toda a terra até a hora nona (três da tarde). E, cerca da hora nona, Jesus bradou em alta voz: — “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que significa: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46; Marcos 15:34).
Depois, clamou: — “Está consumado!”, e então disse: — “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”, e expirou (João 19:30; Lucas 23:46; Mateus 27:50; Marcos 15:37).
Naquele momento, o véu do templo se rasgou de alto a baixo, a terra tremeu, rochas se fenderam, e muitos sepulcros se abriram. O centurião romano, vendo o que aconteceu, declarou: — “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus” (Mateus 27:51-54; Marcos 15:38-39; Lucas 23:47).
José de Arimateia, discípulo de Jesus, pediu o corpo a Pilatos, envolveu-o num lençol limpo e o colocou em um sepulcro novo, escavado na rocha. Uma grande pedra foi rolada à entrada, e soldados foram postos para guardar o túmulo (Mateus 27:57-66; Marcos 15:42-47; Lucas 23:50-56; João 19:38-42).
Ao se aproximar a festa da Páscoa, Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém, sabendo que sua hora estava chegando — a hora pela qual havia vindo ao mundo (Lucas 9:51; João 12:23-27). Ao se aproximarem de Betfagé e Betânia, no monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos com uma instrução específica: “Ide à aldeia que está diante de vós e, logo que nela entrardes, encontrareis preso um jumentinho, em que nunca montou homem algum. Desprendei-o e trazei-o. E, se alguém vos perguntar por que o soltais, direis: O Senhor precisa dele” (Lucas 19:29-31; Mateus 21:2-3; Marcos 11:2-3).
Eles fizeram como Jesus ordenou. Trouxeram o jumentinho, puseram sobre ele suas capas, e Jesus montou. À medida que avançava, uma grande multidão estendia suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam diante dele. Todos, jubilosos, clamavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mateus 21:8-9; Marcos 11:9-10; Lucas 19:36-38; João 12:13). Alguns fariseus, vendo isso, disseram: “Mestre, repreende os teus discípulos!” Mas Jesus respondeu: “Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 19:39-40).
Ao ver a cidade de Jerusalém diante de si, Jesus chorou sobre ela, dizendo: “Ah, se tu conhecesses, ao menos neste teu dia, o que é devido à tua paz! Mas agora está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras... e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo da tua visitação” (Lucas 19:41-44).
Entrando no templo, Jesus viu que ele estava tomado por cambistas e comerciantes. Com santa indignação, expulsou todos, derrubando as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, dizendo: “Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes convertido em covil de ladrões” (Mateus 21:12-13; Marcos 11:15-17; Lucas 19:45-46).
Nos dias que se seguiram, Jesus ensinava no templo, curava enfermos e respondia aos desafios dos líderes religiosos, que procuravam motivo para acusá-lo, mas nada encontravam, pois todo o povo o ouvia com grande atenção (Lucas 19:47-48; Marcos 11:18).
Na véspera da Páscoa, Jesus reuniu-se com seus discípulos em um cenáculo, em Jerusalém, para celebrar a última ceia (Mateus 26:17-20; Marcos 14:12-17; Lucas 22:7-14). Durante a refeição, ele tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: “Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” E, tomando o cálice, disse: “Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que por vós é derramado” (Lucas 22:19-20; Mateus 26:26-28; Marcos 14:22-24).
Foi ali que Jesus revelou: “Em verdade vos digo que um de vós me trairá.” Os discípulos ficaram profundamente entristecidos e começaram a perguntar, um após o outro: “Porventura, sou eu, Senhor?” (Mateus 26:21-22; Marcos 14:18-19; Lucas 22:21-23; João 13:21-22). Judas Iscariotes, que já havia se acertado com os principais sacerdotes para entregar Jesus por trinta moedas de prata (Mateus 26:14-16), também perguntou: “Porventura, sou eu, Mestre?” E Jesus lhe respondeu: “Tu o disseste” (Mateus 26:25; João 13:26-27).
Após a ceia, Jesus levantou-se, cingiu-se com uma toalha e lavou os pés dos discípulos, ensinando-lhes que, assim como ele serviu, também eles deveriam servir uns aos outros (João 13:4-17).
Depois, seguiram para o monte das Oliveiras. No caminho, Jesus alertou: “Todos vós esta noite vos escandalizareis por minha causa...” Mas Pedro afirmou: “Ainda que todos se escandalizem, eu nunca me escandalizarei!” Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te digo que, nesta noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás” (Mateus 26:31-35; Marcos 14:27-31; Lucas 22:31-34; João 13:36-38).
Chegando ao jardim chamado Getsêmani, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e começou a entristecer-se profundamente. Disse-lhes: “A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.” E, adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra, orando: “Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:36-39; Marcos 14:32-36; Lucas 22:39-42). Seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam em terra (Lucas 22:44).
Levantando-se da oração, encontrou os discípulos dormindo e disse: “Ainda dormis e repousais? Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores” (Mateus 26:45; Marcos 14:41).
Logo chegou Judas, acompanhado de uma multidão com espadas e porretes, enviada pelos principais sacerdotes. Judas aproximou-se e, como sinal combinado, beijou Jesus, dizendo: “Salve, Mestre!” E Jesus lhe respondeu: “Amigo, a que vieste?” (Mateus 26:47-50; Marcos 14:43-45; Lucas 22:47-48; João 18:3-5).
Os guardas prenderam Jesus. Pedro, em um impulso, desembainhou sua espada e cortou a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote. Mas Jesus o repreendeu e, tocando a orelha do homem, curou-o (Lucas 22:50-51; João 18:10-11).
Levado primeiro à casa de Anás e depois a Caifás, o sumo sacerdote, Jesus enfrentou um julgamento religioso cheio de falsas testemunhas. Quando lhe perguntaram diretamente: “És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?”, Jesus respondeu: “Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos 14:61-62; Mateus 26:63-64). Diante disso, rasgaram suas vestes e o condenaram por blasfêmia.
Enquanto isso, Pedro, que seguia de longe, foi reconhecido como um dos discípulos e, temendo, negou Jesus três vezes. Logo em seguida, o galo cantou, e Pedro, lembrando-se das palavras do Mestre, saiu e chorou amargamente (Mateus 26:69-75; Marcos 14:66-72; Lucas 22:54-62; João 18:15-27).
Pela manhã, Jesus foi levado ao governador romano, Pôncio Pilatos. Acusaram-no de se autodeclarar rei e de incitar o povo contra César. Pilatos, percebendo que Jesus não tinha culpa, tentou soltá-lo, mas, pressionado pela multidão incitada pelos líderes religiosos, ofereceu-lhes a escolha entre Jesus e Barrabás, um criminoso. A multidão gritou: “Solta-nos Barrabás!” E, sobre Jesus, clamavam: “Seja crucificado!” (Mateus 27:15-23; Marcos 15:6-14; Lucas 23:13-23; João 18:38-40; 19:5-15).
Pilatos, lavando as mãos, declarou-se inocente do sangue daquele justo, e entregou Jesus para ser crucificado (Mateus 27:24-26).
Jesus foi açoitado cruelmente. Os soldados colocaram-lhe uma coroa de espinhos, um manto púrpura e zombaram dele, dizendo: “Salve, rei dos judeus!” (Mateus 27:27-31; Marcos 15:16-20; João 19:1-3).
Carregando sua cruz, Jesus foi levado até o lugar chamado Gólgota. Como estava exausto, obrigaram Simão Cireneu a ajudá-lo a levar a cruz (Mateus 27:32; Marcos 15:21; Lucas 23:26).
No Gólgota, crucificaram-no entre dois ladrões. Sobre sua cabeça, colocaram uma inscrição: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus” (João 19:19). Enquanto agonizava, Jesus intercedia: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Aos pés da cruz, soldados repartiam suas vestes e lançavam sortes. Passantes, principais dos sacerdotes e até um dos ladrões zombavam dele, dizendo: “Salvou os outros e a si mesmo não pode salvar!” Mas o outro ladrão, arrependido, disse: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” Jesus lhe respondeu: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:39-43).
Por volta da hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona. E, cerca da hora nona, Jesus bradou em alta voz: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que significa: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46; Marcos 15:34).
Depois, clamou: “Está consumado!”, e então disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”, e expirou (João 19:30; Lucas 23:46; Mateus 27:50; Marcos 15:37).
Naquele momento, o véu do templo se rasgou de alto a baixo, a terra tremeu, rochas se fenderam, e muitos sepulcros se abriram. O centurião romano, vendo o que aconteceu, declarou: “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus” (Mateus 27:51-54; Marcos 15:38-39; Lucas 23:47).
José de Arimateia, discípulo de Jesus, pediu o corpo a Pilatos, envolveu-o num lençol limpo e o colocou em um sepulcro novo, escavado na rocha. Uma grande pedra foi rolada à entrada, e soldados foram postos para guardar o túmulo (Mateus 27:57-66; Marcos 15:42-47; Lucas 23:50-56; João 19:38-42).
Ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e outras mulheres foram ao sepulcro e encontraram a pedra removida. Um anjo lhes disse: “Não temais; sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito” (Mateus 28:5-6; Marcos 16:5-6; Lucas 24:5-6; João 20:1-13).
Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, depois às outras mulheres, aos discípulos no caminho de Emaús, a Pedro, aos onze reunidos e, posteriormente, a muitos outros. Mostrou-lhes suas mãos e seu lado, comeu com eles e confirmou: “Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos” (Lucas 24:46).
Por quarenta dias, Jesus apareceu a seus discípulos, falando das coisas concernentes ao Reino de Deus. Finalmente, no monte das Oliveiras, elevou-se às alturas, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o encobriu de seus olhos. Dois anjos lhes disseram: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido no céu, assim virá, do modo como o vistes subir” (Atos 1:9-11).
A última semana de Jesus Cristo na Terra, conhecida como a Semana da Paixão, é o período mais crucial e transformador da história da humanidade. Desde a entrada triunfal em Jerusalém até a gloriosa ressurreição, cada dia foi um passo deliberado em direção ao cumprimento do plano divino de salvação.
Nesta jornada de sacrifício, ensinamentos e milagres finais, testemunhamos a perfeita humildade de Cristo, sua autoridade divina e seu amor incondicional. Ele enfrentou a oposição religiosa, instituiu a Ceia do Senhor, suportou a traição e o abandono, e entregou-se voluntariamente à crucificação. Contudo, o que parecia ser o fim, na verdade, foi o início de uma nova era, selada pela vitória da vida sobre a morte em sua ressurreição.
Prepare-se para revisitar os eventos que moldaram nossa fé, compreendendo a profundidade do amor de Deus e a magnitude do sacrifício que nos trouxe a esperança eterna.
A Última Semana de Cristo: Uma Jornada de Sacrifício e Triunfo
A última semana da vida de Jesus na Terra, antes de sua crucificação e ressurreição, foi um período de intensos acontecimentos que culminaram no cumprimento das profecias messiânicas. Cada dia foi marcado por eventos significativos, ensinamentos profundos e confrontos que prepararam o cenário para o maior ato de amor da história.
Neste dia, Jesus se aproxima de Jerusalém, ciente de que seria a sua última Páscoa. Em cumprimento de antigas profecias, Ele envia dois de seus discípulos para encontrar um jumentinho nunca antes montado, sobre o qual Ele cavalgaria para a cidade. Ao entrar em Jerusalém, uma grande multidão o recebe com alegria, estendendo suas capas no caminho e agitando ramos de palmeiras, aclamando: "Hosana ao filho de Davi!". Eles o viam como um libertador político, mas Jesus tinha uma missão maior: conquistar corações e morrer na cruz pelos pecados do mundo. Apesar dos gritos de louvor, Jesus chora sobre Jerusalém, sabendo que, em poucos dias, os mesmos gritos se transformariam em "Crucifica-o!". Após observar o templo, Jesus retorna a Betânia, provavelmente para a casa de Lázaro, Maria e Marta.
Domingo – A Entrada Triunfal em Jerusalém
Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, cumprindo a profecia de Zacarias 9:9. A multidão estendeu ramos e suas capas no caminho, clamando:
"Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!" – Mateus 21:9.
Este ato simboliza o reconhecimento messiânico, embora muitos ainda não entendessem completamente o tipo de reino que Jesus estabeleceria — espiritual e eterno.
Referências:
Zacarias 9:9
Mateus 21:1-11
Marcos 11:1-11
Lucas 19:28-44
João 12:12-19
Na manhã seguinte, Jesus sai de Betânia em direção a Jerusalém. No caminho, Ele amaldiçoa uma figueira que não tinha frutos, um ato simbólico que representava a religiosidade vazia e sem obras, que levaria ao juízo. Ao chegar ao templo, Jesus encontra um cenário de comércio e corrupção, com cambistas e vendedores que haviam transformado a casa de oração em um "covil de ladrões". Com santa indignação e autoridade, Jesus derruba as mesas e expulsa os vendedores, denunciando a mercantilização da fé. Mesmo em meio ao confronto, Ele acolhe e cura cegos e coxos no templo, demonstrando compaixão. Após os eventos, Jesus deixa Jerusalém e retorna novamente para Betânia.
Jesus foi ao templo e expulsou os cambistas e vendedores, denunciando a corrupção religiosa que havia transformado a Casa de Deus em "covil de salteadores".
"Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes convertido em covil de ladrões." – Mateus 21:13.
Ele também amaldiçoou a figueira, símbolo de um Israel estéril espiritualmente (Marcos 11:12-14; 20-21).
Referências:
Mateus 21:12-17
Marcos 11:12-19
Lucas 19:45-48
Ao retornar a Jerusalém, os discípulos notam que a figueira que Jesus amaldiçoara no dia anterior havia secado completamente. Jesus usa este momento para ensinar sobre o poder da fé e da oração. No templo, sua autoridade é questionada pelas autoridades religiosas, às quais Ele responde com parábolas impactantes, como a dos dois filhos, dos lavradores maus e da festa de casamento. Fariseus, saduceus e herodianos tentam armar ciladas com perguntas sobre o pagamento de impostos a César e a ressurreição dos mortos. Jesus responde com sabedoria divina, proferindo a famosa frase: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Ele também profetiza a futura destruição do templo e, no "Discurso do Monte das Oliveiras", fala sobre os sinais do fim dos tempos e sua segunda vinda. Ao final de um dia exaustivo, Jesus retorna a Betânia.
Este foi o dia mais intenso de ensinos públicos. Jesus respondeu a diversos questionamentos dos fariseus, saduceus e mestres da lei sobre impostos (Mateus 22:15-22), ressurreição (Mateus 22:23-33) e o maior mandamento (Mateus 22:34-40).
Ele também fez duras advertências aos líderes religiosos (Mateus 23), e proferiu o sermão profético sobre os sinais do fim dos tempos e Sua segunda vinda, conhecido como o Sermão do Monte das Oliveiras.
"Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir." – Mateus 25:13.
Referências:
Mateus 21:23 – 25:46
Marcos 11:27 – 13:37
Lucas 20:1 – 21:36
Este dia é notavelmente marcado pelo silêncio de Jesus, que provavelmente permaneceu em Betânia, afastado dos discursos públicos e milagres. Enquanto Jesus estava em retiro, os principais sacerdotes e mestres da lei se reúnem secretamente para conspirar sobre como o prender e matar, decidindo que não o fariam durante a festa da Páscoa para evitar uma revolta popular. É neste dia que Judas Iscariotes, motivado pela cobiça, procura os líderes religiosos e se oferece para entregar Jesus, aceitando 30 moedas de prata como pagamento por sua traição.
A Bíblia não relata eventos públicos neste dia. É entendido que Jesus permaneceu em Betânia, preparando-se espiritualmente. Nesse mesmo dia, os líderes judeus intensificaram o plano para prendê-Lo (Mateus 26:3-5).
Judas Iscariotes acerta com os sacerdotes a traição de Jesus por trinta moedas de prata.
"Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata." – Mateus 26:14-15.
Referências:
Mateus 26:3-5; 14-16
Marcos 14:1-2; 10-11
Lucas 22:1-6
Na Quinta-feira, dia da celebração da Páscoa judaica, Jesus envia Pedro e João para preparar o local onde celebrariam a Páscoa, que ganharia um novo e profundo significado. Durante a Última Ceia, Jesus, em um gesto de humildade e serviço, lava os pés de seus discípulos. Ele também revela que um deles o trairia e que Pedro o negaria três vezes. Neste mesmo encontro, Jesus institui a Ceia do Senhor, transformando a Páscoa na "nova aliança no meu sangue", um memorial de seu sacrifício vindouro. Após a ceia, Jesus e seus discípulos dirigem-se ao Getsêmani. No jardim, Jesus ora em profunda angústia, suando gotas de sangue, enquanto seus discípulos, exaustos, adormecem. É no Getsêmani que Judas chega com soldados e trai Jesus com um beijo. Jesus é então preso, e os discípulos, tomados pelo medo, fogem.
Jesus celebrou a Páscoa com os discípulos e instituiu a Santa Ceia, um memorial da Sua morte.
"Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim." – Lucas 22:19.
Após a ceia, Jesus foi ao Getsêmani, onde orou intensamente, demonstrando Sua plena humanidade e submissão à vontade do Pai.
"Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua." – Lucas 22:42.
Na sequência, Judas trai Jesus com um beijo e Ele é preso.
Referências:
Mateus 26:17-75
Marcos 14:12-72
Lucas 22:7-71
João 13 – 18:27
Ainda na madrugada de Sexta-feira, Jesus é levado para ser interrogado primeiro na casa de Anás e depois na de Caifás, onde um julgamento noturno e ilegal ocorre. Ele é acusado de blasfêmia, é cuspido e zombado. No pátio, Pedro nega Jesus três vezes. Pela manhã, o Sinédrio confirma a condenação, e Jesus é levado a Pôncio Pilatos, o governador romano. Pilatos não encontra culpa em Jesus e o envia a Herodes, que o ridiculariza e o devolve a Pilatos. Pilatos tenta libertá-lo, chegando a açoitá-lo, mas a multidão, incitada pelos líderes religiosos, clama por sua crucificação. Pilatos, então, lava as mãos e entrega Jesus para ser crucificado.
Jesus é forçado a carregar sua própria cruz até o Calvário, também conhecido como Gólgota (Lugar da Caveira). Lá, Ele é pregado à cruz entre dois criminosos, sendo zombado por soldados e líderes religiosos. Mesmo na cruz, Jesus demonstra compaixão, orando por seus agressores, prometendo o paraíso ao ladrão arrependido e cuidando de sua mãe. Por volta das 15h, Ele brada: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?", proclama "Está consumado" e entrega seu espírito ao Pai. No fim da tarde, José de Arimateia pede o corpo de Jesus e o coloca em um túmulo novo, que é selado com uma grande pedra e vigiado por guardas romanos.
Jesus foi julgado injustamente pelo Sinédrio, por Pilatos e Herodes. Condenado, foi açoitado, coroado de espinhos, e carregou Sua cruz até o Gólgota.
Na cruz, Jesus disse:
"Está consumado." – João 19:30.
E também:
"Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito." – Lucas 23:46.
Seu sacrifício foi o cumprimento pleno do plano redentivo de Deus, predito desde Gênesis 3:15.
Ele morreu cerca das três horas da tarde (nona hora judaica) e foi sepultado no túmulo de José de Arimateia.
Referências:
Mateus 27
Marcos 15
Lucas 23
João 18:28 – 19:42
No sábado, o corpo de Jesus repousa no túmulo selado e vigiado pelos guardas. Este dia, um dia sagrado de descanso para os judeus, é marcado pela tristeza e pelo medo entre os discípulos de Jesus, que lamentavam a perda de seu Mestre. Apesar do luto e do aparente silêncio, Deus estava trabalhando em segredo, preparando o maior milagre de todos.
Jesus permaneceu no sepulcro. Os discípulos estavam desolados. As mulheres prepararam aromas e bálsamos, aguardando o domingo para ungir Seu corpo (Lucas 23:56).
Referências:
Mateus 27:62-66
Marcos 15:42-47
Lucas 23:50-56
João 19:38-42
Ao raiar do primeiro dia da semana, algumas mulheres vão ao túmulo de Jesus com a intenção de ungir seu corpo. Para a surpresa delas, encontram a pedra removida e o sepulcro vazio. Um anjo lhes aparece e anuncia a gloriosa notícia: "Ele não está aqui, ressuscitou!". As mulheres correm para contar aos discípulos, que inicialmente não acreditam em suas palavras. Pedro e João correm ao túmulo e veem os lençóis deixados ali. Pouco depois, Jesus aparece a Maria Madalena, tornando-a a primeira testemunha ocular de sua ressurreição. No mesmo dia, Jesus aparece a dois discípulos no caminho de Emaús e, mais tarde, ao grupo reunido, mostrando as marcas em suas mãos e pés para provar que era Ele mesmo, o Cristo ressuscitado em corpo glorificado.
A última semana de Jesus não foi o fim de uma história, mas o glorioso começo de uma nova criação. Sua vitória sobre a morte e sua ressurreição abriram o caminho para a vida eterna e para a esperança de todos aqueles que Nele creem.
Ao amanhecer, mulheres foram ao sepulcro e encontraram-no vazio. Jesus havia ressuscitado, vencendo a morte!
"Ele não está aqui, mas ressuscitou." – Lucas 24:6.
A ressurreição é a maior prova da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, garantindo a esperança da vida eterna a todos que creem.
Referências:
Mateus 28
Marcos 16
Lucas 24
João 20
Conclusão
A última semana de Jesus demonstra o ápice do plano divino de salvação. Cada detalhe cumpre profecias do Antigo Testamento e revela o amor de Deus pela humanidade (Isaías 53; Salmos 22; Gênesis 3:15).
Cronologia da última semana da vida de Jesus